Embora não explicitamente, a campanha eleitoral de Joinville já começou.
Por enquanto quem vem regendo a orquestra é o prefeito Adriano Silva que está com a caneta na mão e tem sabido usá-la com muita eficiência, embora seja estreante nesse mundo altamente competitivo que é a politica, sendo o seu principal marqueteiro, utilizando com muita maestria as redes sociais, como arma de divulgação do seu governo.
Abertas as pesquisas eleitorais, tem sido bafejado com números impressionantes de popularidade que lhe dão mais de 90% de aceitação da gestão com ótimo, bom e regular.
A FORÇA DA CANETA
Ainda agora, acaba de assinar a ordem de serviço de duas obras fundamentais na melhoria da mobilidade em Joinville, leia-se a Ponte Joinville, que na avaliação de Adriano será 14 vezes maior que a Ponte do Trabalhador, somadas as suas duas pistas, que conectarão os bairros do Adhemar Garcia e o Boa Vista, e também a autorização para dar o start ao início da duplicação da Santos Dumont.
Adriano ainda colhe os louros da revitalização da única praia de Joinville, a Vigorelli que sofreu uma transformação de Gata Borralheira para Cinderela, sendo hoje uma das maiores atrações turísticas e gastronômicas do município depois de 40 anos de abandono. Com ordens de serviço para novas ruas asfaltadas, início da duplicação da Ottokar Doerfell, ênfase na construção de novas infraestruturas na saúde e na educação infantil, a cidade deu um salto de qualidade depois de receber a gestão de um governo anterior desacreditado com baixa performance.
SAÚDE, O DESAFIO MAIOR
Adriano tem um grande desafio que é a gestão da saúde, agudizada pelo vírus da dengue que entupiu de pessoas acometidas por essa doença na rede de atendimento do município desde o público até o privado.
Neste ponto é que a oposição principalmente na câmara, encontra eco para bater em sua gestão procurando o desgaste do prefeito com propostas como CPI da Saúde e da Cia. Águas de Joinville e mais recentemente do Hospital São José por causa de cateteres inapropriados e de reagentes químicos vencidos.
A GRANDE ALIANÇA PRÓ-ADRIANO
Além da indefectível simpatia da classe empresarial de Joinville ao jovem prefeito, Adriano brindou-se com uma aliança já com vários partidos em apoio a sua reeleição como o PSD, do seu ex-adversário do segundo turno Darci de Matos, tangido por lideranças estaduais da sigla que vem se metamorfoseando ao longo do tempo da Arena, PFL, até o atual modelito, em acordo fechado com acertos para 2026.
DESERTO DE LÍDERES
Nessa cantilena também formaram fila o Podemos, o Republicano, PSDB, União Brasil, PRD, Cidadania, a quase totalidade do MDB na Câmara de Vereadores, o que quase inviabiliza a candidatura do deputado Fernando Krelling, o maior nome do partido, que sofre pressão para concorrer embora resista neste deserto de lideranças que se tornou a sigla em Joinville.
A senadora Ivete já disse que não vai, preferindo ficar em Brasília onde tem mais alguns anos de mandato no “sol far niente” do Senado, hoje uma casa de leis praticamente inútil para a sociedade.
TUCANOS AGAIN
Conversei com a Secretária da Saúde Tânia Eberhardt presidente do Cidadania e também com o tucano Carlos Caetano e está praticamente acertado que a federação que congrega as duas siglas também vão apoiar a busca da reeleição de Adriano Silva.
Ainda a respeito do PSDB, conta Caetano, que haverá um grande encontro com a militância agora no mês de junho em Florianópolis, quando dois ônibus lotados sairão de Joinville com promessa de hotel e comida de graça para o grupo que vai fazer muito barulho na pororoca tucana no bairro Estreito em tradicional hotel.
São os tucanos revoando por aí como nos velhos tempos.
A VOLTA DO SARGENTO E CIA.
Assim como na aclamada série, lançada em 1919, história do mascarado de capa e espada, pseudônimo Dom Diego de La Vega, personagem de ficção criado pelo escritor americano Johnston McCulley, eternizada na tela do cinema pelo autor Douglas Fairbanks com “The Mark of Zorro”, depois Tirone Power, e mais tarde com Antonio Bandeiras, montando o cavalo Tornado e sendo perseguido pelo Sargento Garcia, inimigo número um de Zorro mas amigo íntimo de Dom Diego, chegamos em 2024.
Mas na lenda, Sargento Garcia nunca conseguia o objetivo que era prender Zorro sempre chegando atrasado. Coisas da trama ocorrida na Califórnia Espanhola, hoje Los Angeles e adjacências.
Aliás, quando eu e o jornalista Luiz Veríssimo fomos a Copa do Mundo nos EUA em 1994, pernoitamos na cidade de Monterrey e na entrada tinha um imenso outdoor com a inscrição “Cidade do Zorro”. Marketing na veia.
Aqui em Joinville outro personagem, desta vez da política, o deputado estadual Sargento Lima, vai procurar colocar seu nome na história como futuro prefeito de Joinville. Não usa máscara e nem tem um cavalo chamado Tornado, mas tem fortes aliados como o também deputado Maurício Peixer, Coronel Armando, vereadores como Brandel Júnior, Profeta, Doutor Cassiano, e Wilian Tonezi, da chamada direita ideológica.
Outro handicap de Lima é a força política do governador Jorginho Mello e da aguardada presença em Joinville do ex-presidente Jair Bolsonaro, decisivo em outras eleições que patrocinou.
Qual será a força de Jorginho e Bolsonaro na disputa que se avizinha, tem de ser consultada numa bola de cristal com visão esotérica de uma vidente para quem acredita nessas coisas e olhe que tem muita gente nessa vibe.
RECADO,CARA-A-CARA
O governador, aliás, deixou claro em reunião da Acij, em momento impróprio porque era um encontro de serviço, que “iria para cima de Adriano nesta eleição”.
Levou Sargento Lima para ser o secretário da segurança pública, por quatro meses, para dar maior visibilidade ao deputado e também para garantir a presença de Maurício Peixer na Alesc.
Com a volta de Lima para a Assembleia, houve o desembarque momentâneo de Peixer, que porém, reassume no dia 29 no posto de Niso Berlanda, do PL, de Curitibanos, sócio de rede comercial do mesmo nome, cotado fortemente para concorrer a prefeito.
O SARGENTO MOSTRA ESTRATÉGIA
Lima não brinca em serviço e já convidou a empresária Fabíola Vernera para ser a sua vice-prefeita na chapa e ela aceitou. Fabi, como é conhecida, será a minha entrevistada no canal Toninho Neves TV, no You Tube, nesta terça-feira, 28.
Depois de Adriano, Sargento Lima é o segundo pré-candidato a ter a chapa pronta para disputar a majoritária.
Tem gente do próprio PL de Joinville que garante que “ele está tocando sozinho todo o processo eleitoral do partido. Há quem diga que Lima sequer abre diálogo para conversar com outras siglas.
“Durma-se com um barulho desses.”
RODRIGO BORNHOLDT, A BOLA DA VEZ
Na estratégia do advogado, ex-vice-prefeito, ex-presidente da Fundação Cultural e atual Cônsul Honorário da Alemanha em Joinville, Rodrigo Bornholdt, PSB, é garantir a ida para o segundo turno criando a terceira opção eleitoral na eleição deste ano, abrindo espaço na polarização entre Adriano e Lima.
PLANOS DE RODRIGO
Escorado por uma aliança que tem o Solidariedade, e o PDT, e busca conversações com outras siglas, como o PT, por exemplo, Rodrigo quer montar um plano de governo com esses grupos de aliados que privilegie a saúde e a mobilidade urbana, por exemplo.
“É um absurdo que se leve mais de uma hora para chegar do bairro Jarivatuba até o centro da cidade”, constatou um exemplo que aconteceu com ele, recentemente.
Falta um vice na chapa, que pode sair do grupo de partidos que apoiam Rodrigo.
ANELÍSIO ESTÁ NA ÁREA
O professor e diretor-presidente da Assessoritec, um pool de escolas de qualificação profissional, Anelísio Machado já é um vencedor na vida, de onde saiu e até onde chegou.
É dono de um time de futebol e o jogador mais idoso do futebol brasileiro registrado oficialmente, mas que só entra no campo se for para bater o pênalti, me contaram.
Desde o início do processo eleitoral de Joinville, Anelísio reivindicou a possibilidade de concorrer à prefeitura pelo Progressista, sigla que tem o senador Esperidião Amin como sua maior liderança.
Virou unanimidade no partido e será efetivamente o candidato. Só aguardar a convenção e o seu plano de governo para conferir.
KRELLING, CARLITO, DÚVIDAS
No MDB dormita a dúvida se terá candidatura a prefeito, muito embora o deputado estadual Fernando Krelling garanta que haverá sim, mas não necessariamente com ele na cabeça de chapa.
Com a morte de Luiz Henrique da Silveira, criou-se um vácuo impressionante e algumas ações verificadas no governo de Udo Dohler, desestabilizaram a sigla com uma impressionante fuga de cabeças pensantes que ajudaram a construir a história do partido na cidade, que elegeu dois governadores, muito embora uma militância aguerrida parece que ficou sem rumo, à deriva.
Tanto é que até agora não tem um candidato a prefeito para apresentar ao seu eleitorado.
ENCOSTADO NO GOVERNO
O PT também é uma incógnita para a disputa que se avizinha com vários nomes apontados para concorrer sem que tenha um que se destaque.
O mais factível seria o ex-prefeito e que foi deputado estadual e federal, Carlito Merss, hoje uma pálida liderança que já foi, mais preocupado em ocupar cargos no governo federal e a última mamata nas tetas do Estado com a indicação de Décio Lima.
Já se encostou na Junta Comercial do Estado, como representante da União e agora como gerente de políticas públicas do Sebrae, um tipo de sesmaria criado para pendurar politico desempregado pelo eleitor.
Falando no Sebrae, o órgão tem um orçamento anual de mais de R$ 5 bilhões e os seus diretores recebem salários de até R$ 50 mil por mês.
Dá para entender os motivos de Carlito não se colocar como candidato até porque recente pesquisa eleitoral o colocou com 48% de rejeição pelos eleitores consultados.
Tem vaga aberta na sigla em Joinville para concorrer a prefeito. Quem se habilita?
PENSANDO ALTO
Uma frase para se pensar nestes dias que antecedem a disputa eleitoral para a prefeitura e Câmara de Vereadores:
“Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir”.
Winston Churchill
